Fábio Gabriel dos Santos é um apaixonado pela indústria gráfica, foi professor e vendedor antes de se tornar empresário e é a cabeça por trás da busca incessante por processos capazes de reduzir o impacto ambiental na gráfica.
Na entrevista abaixo ele fala do começo da carreira e da criação do Processo Industrial Ecoline.
Fabio, conta para a gente como começou sua ligação com o setor gráfico.
Quando terminei o curso de artes gráficas, fiz estágio em uma empresa de embalagem e fui convidado para dar aulas no Senai de Artes Gráficas de São Paulo, onde fiz os devidos testes e entrei na área de tecnologia. Lecionei aulas de serigrafia para o pessoal mais novo que queria entrar na área. Posteriormente, fui trabalhar na Gutenberg, que era representante exclusivo da Heidelberg no Brasil e tinha na bagagem outros fabricantes na área de pré-impressão, impressão e acabamentos gráficos, sempre com muitas novidades.
Existia muita troca de conhecimento com o mercado internacional?
Sim, era muito frequente, cada reunião era como uma aula de pós-graduação, porque era comum ter pessoas de fora falando sobre diversos produtos e técnicas novas, eu prestava atenção em tudo e absorvia todo conhecimento possível.
O período dos anos 80 até 2000 foi época de ouro no Brasil, em que se investiu muito e se industrializou, dentro de uma condição que era tecnologia de igual para igual com Europa e Estados Unidos.
Como foi essa transição de professor a empresário?
Como já dito, sou um apaixonado pela indústria gráfica, então além de professor do Senai de Artes Gráficas de São Paulo também fui vendedor técnico e isso me ajudou a conhecer profundamente tudo o que diz respeito ao universo gráfico, por isso, digo que sou um técnico gráfico que se achou no direito de ter uma empresa para trabalhar só com artes gráficas e por tudo isso, me sinto realizado.
A pandemia criou novos mercados e fechou outros. Como a indústria gráfica passou por isso?
A indústria gráfica é um termômetro da economia, quando se tem muitos pedidos, muitas campanhas e trabalhos diversos você percebe que o mercado vai investir em determinados setores. Nos últimos anos, nós vimos muito isso na área editorial, principalmente com ensinos à distância, tivemos uma avalanche de impressão de livros. Na parte de embalagens por exemplo faltou papel cartão no mercado, então, são sinais mostrando que precisamos nos atualizar e investir em produtos voltados a necessidade de mercado. É importante estar atento, identificar os sinais e agir de forma rápida.
A sustentabilidade é um valor importante para vocês?
A sustentabilidade já é, há muitos anos, uma regra e um dos valores mais fortes para a Leograf. Aproximadamente 15 anos atrás, nós começamos uma busca por processos e produtos que pudessem reduzir o impacto ambiental aqui na Empresa. Enquanto o mercado industrial enxergava isso como o futuro, nós pensamos no presente e passamos a dedicar parte do nosso tempo, esforço e investimento na busca por soluções sustentáveis.
Pode nos contar mais sobre isso?
Nós usamos apenas papel certificado proveniente de reflorestamento. A indústria estabeleceu uma série de regras e o grupo Leograf foi além ao criar o programa Ecoline que é um processo industrial que visa reduzir o impacto ambiental buscando soluções que não degradem a natureza. Quando pensamos no Ecoline, fomos atrás de fornecedores que tinham programas de sustentabilidade e desenvolvemos novos insumos industriais em parcerias.
O Ecoline, além de ser um processo industrial sustentável do ponto de vista do meio ambiente, traz benefícios financeiros?
Sim, vou dar um exemplo: um fornecedor apresentou uma técnica que não usava o álcool isopropílico no processo de impressão off set e começamos a aplicar essa técnica que, na época, nos fez economizar 1 milhão de reais em um ano. O Ecoline é também um selo que nos certifica e demonstra aos nossos clientes que estamos preocupados em trabalhar para a redução do impacto ambiental em todos os processos possíveis.
Assim, hoje conseguimos oferecer aos nossos clientes um serviço de qualidade e de baixo impacto ambiental, atendendo as expectativas que os clientes atualmente procuram.
