"No início de tudo: haja luz", disse Deus.
Quem sou eu para discutir assuntos teosóficos ou religiosos, mas uma coisa é certa: a luz é o início de tudo; pelo menos em Artes Gráficas.
Tudo o que vemos depende da luz que incide sobre um corpo, um material. Em nosso caso, no material impresso.
Há muitas divergências de interpretação entre o que vemos em nosso ambiente, nos ambientes de nossos clientes, na luz artificial, na luz do sol e outras fontes de iluminação.
Se o impresso não for analisado sob uma luz padronizada, ele terá uma aparência diferente de acordo com os diversos tipos de luz disponíveis. Isso causará controvérsias com nossos clientes, gerando até recusa de nosso trabalho por parte deles.
Mas aí, amigos, é que o bicho pega, pois a grande maioria das pessoas não sabe da importância de padronizar as fontes de luz para obter o resultado desejado no impresso. Com a variedade de lâmpadas existentes atualmente (leds, fluorescentes, incandescentes) é muito difícil manter um resultado uniforme.
É essa a importância de se manter o padrão de iluminação determinado por normas ISO. Elas estabelecem a cor, intensidade luminosa, distância da lâmpada em relação ao impresso. Algumas pessoas não sabem que elas existem, outras simplesmente não se importam.
O fato é que esse é um fator determinante para o sucesso do projeto, por isso informamos aos nossos clientes aqui na Leograf como tirar o melhor proveito da iluminação.
Agora uma curiosidade: vocês sabiam que até a cor da roupa que usamos pode influenciar na análise das cores de um impresso?
Por exemplo: você está usando uma camisa vermelha e segurando um impresso próximo ao peito. Dependendo da intensidade e direção da luz que incide no impresso e na camisa, um reflexo desse vermelho poderá alterar o aspecto visual, , principalmente nas áreas claras do projeto, causando uma sensação de que ele está mais avermelhado que o normal.Por isso é importante que nossos colaboradores e clientes vistam cores mais neutras no processo de análise do material impresso.
Fenômeno da Metameria
Outro fenômeno muito comum é chamado de Metameria. Ele acontece, por exemplo, quando compramos uma roupa numa loja e, ao chegar em casa, descobrimos que a cor da roupa está diferente da que compramos.
Isso se deve ao fato de que a fonte de iluminação na loja tem cores a mais ou a menos do que a nossa, em casa. Essas cores a mais ou a menos refletem de forma diferente na roupa, causando a sensação de ser outra cor.
Quando falo “cores a mais ou a menos” é porque mesmo uma luz que nos pareça branca, é formada pela soma de várias cores que somadas geram esse branco.
O arco-íris é o exemplo perfeito desse fenômeno, pois quando a luz branca do sol incide em gotículas de água flutuando no céu, elas agem como pequenas lentes ou prismas, que separam essa luz branca em várias cores.
É muito importante esclarecermos interna e externamente aos que produzem e aprovam nossos impressos os fenômenos relativos a iluminação, como demonstram as informações acima.
Calibração de Monitores
A Leograf, por meio do setor de colorimetria, está à disposição para esclarecer mais tecnicamente quais medidas devem ser tomadas para amenizar os fenômenos de uma iluminação não padronizada.
Podemos, ainda, executar a calibração dos monitores dos nossos clientes, para que possam representar mais fielmente na tela as cores que sairão no impresso. Logicamente existe uma infinidade de monitores com modelos, idades e tecnologias diferentes; sendo assim, nem sempre, conseguimos um resultado 100% fiel.
Mas, como sempre digo aos clientes quando os visito para assessoria técnica e calibração de seus equipamentos, “o resultado, após a calibração e padronização da iluminação, é como a construção de uma estrada num terreno acidentado. Ela pode não ser muito reta e perfeita, mas cria um caminho mais fácil de ser trilhado do que era antes de sua construção”.
Luz a todos!
Fábio Del Pino
Colorimetrista
Gostaram desse tema? O que mais vocês querem saber sobre cores do material impresso?
